sexta-feira, 31 de março de 2017
quarta-feira, 22 de março de 2017
PRIMAVERA!
Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma
Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse Por isso, se morrer agora, morro contente, Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências
O que for, quando for, é que será o que é.
(Poemas Inconjuntos, heterónimo de Fernando Pessoa) Alberto Caeiro
Imagem (google)
sábado, 18 de março de 2017
Janelas do meu quarto.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo. que ninguém sabe quem é
( E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
(Trecho de Tabacaria, de Fernando Pessoa)
quinta-feira, 16 de março de 2017
SEM RAZÃO - Maria Dilar
Não acredite em algo simplesmente porque ouviu.
Não acredite em algo simplesmente porque todos falam a respeito.
Não acredite em algo simplesmente porque está escrito em seus livros religiosos.
Não acredite em algo só porque seus professores e mestres dizem que é verdade.
Não acredite em tradições só porque foram passadas de geração em geração.
Mas depois de muita análise e observação,
se você vê que algo concorda com a razão
e que conduz ao bem e beneficio de todos, aceite-o e viva-o.
Buda
segunda-feira, 13 de março de 2017
Sou toda FÉ...
"Minhas costas aguentam o peso que levo
porque o coração está cheio de gratidão.
Meus pés caminham, mesmo doloridos
porque acreditam no caminho que escolheram.
Não há como desistir, embora a vontade venha
quando a certeza de que tudo valerá a pena
está em cada partícula de nós.
Sou toda esperança
Sou feita de fé."
Rachel Carvalho
domingo, 12 de março de 2017
A face; espelho...
A face é um espelho dos seus sentimentos internos
É o órgão do corpo mais observado e notado.
O estado da sua consciência é claramente visível nela
A face reflectirá e espalhará a fragrância da beleza interior
quando é preenchida de pureza e felicidade.
Quando você entra em contacto com os outros
eles lêem e recebem muitas coisas através dos seus olhos
e de sua expressão facial positiva.
Imediatamente isso fica impresso na mente deles.
Depois - através de acções, gestos e palavras
eles expressam isso para você."
Brahma Kumaris
sexta-feira, 10 de março de 2017
quinta-feira, 9 de março de 2017
MARIA DILAR - NÃO SEI PORQUÊ
Assim também acontece
Com quem o amor não viveu.
Como não nasce sozinho
Plantemos pois, do amor, a semente
E teremos uma árvore bela e frondosa,
De onde colheremos frutas deliciosas
Com cheiro e sabor de carinho!
desconhecido
quarta-feira, 8 de março de 2017
Motivo
Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste: sou poeta.
Irmão das coisas fugidias, não sinto gozo nem tormento
. Atravesso noites e dias no vento.
Se desmorono ou se edifico, se permaneço ou me desfaço, — não sei, não sei.
Não sei se fico ou passo.
Sei que canto.
E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada
E um dia sei que estarei mudo: — mais nada.
Cecília Meireles
foto- Maria Dilar
sexta-feira, 3 de março de 2017
Para sempre !
Por que Deus permite que as mães se vão embora?
Mãe não tem limite, é tempo sem hora, luz que não apaga
quando sopra o vento e chuva desaba
veludo escondido na pele enrugada
água pura, ar puro, puro pensamento.
Morrer acontece com o que é breve
e passa sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça, é eternidade.
Por que Deus se lembra - mistério profundo - de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo, baixava uma lei:
Mãe não morre nunca, mãe ficará sempre junto de seu filho
e ele, velho embora, será pequenino feito grão de milho.
Carlos Drummod de Andrade
foto-Maria Dilar
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