terça-feira, 1 de novembro de 2016

Perdi meus fantásticos castelos


Perdi meus fantásticos castelos
 Como névoa distante que se esfuma...
 Quis vencer, quis lutar, quis defendê-los:
 Quebrei as minhas lanças uma a uma!
 Perdi minhas galeras entre os gelos
 Que se afundaram sobre um mar de bruma... -
Tantos escolhos! Quem podia vê-los?
– Deitei-me ao mar e não salvei nenhuma!
 Perdi a minha taça, o meu anel,
 A minha cota de aço, o meu corcel,
 Perdi meu elmo de ouro e pedrarias...
 Sobem-me aos lábios súplicas estranhas...
 Sobre o meu coração pesam montanhas...
 Olho assombrada as minhas mãos vazias...

 Florbela Espanca,

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