Que rosas fugitivas foste ali:
Requeriam-te os tapetes – e vieste...
Se me dói hoje o bem que me fizeste
É justo, porque muito te devi.
Em que seda de afagos me envolvi
Quando entraste, nas tardes que apareceste
Como fui de perca quando me deste
Tua boca a beijar, que remordi...
Pensei que fosse o meu o teu cansaço
Que seria entre nós um longo abraço
O tédio que, tão esbelta, te curvava...
E fugiste... Que importa ?
Se deixaste a lembrança violeta que animaste
Onde a minha saudade a cor se trava?...
Paris - Dezembro 1915
Mário Sá-Carneiro
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