Dai-me rosas e lírios,
Dai-me flores, muitas flores
Quaisquer flores, logo que sejam muitas...
Não, nem sequer muitas flores, falai-me apenas
Em me dardes muitas flores,
Nem isso... Escutai-me apenas pacientemente quando vos peço
Que me deis flores...
Sejam essas as flores que me deis...
Ah, a minha tristeza dos barcos que passam no rio,
Sob o céu cheio de sol!
A minha agonia da realidade lúcida!
Desejo de chorar absolutamente como uma criança
Com a cabeça encostada aos braços cruzados em cima da mesa,
E a vida sentida como uma brisa que me roçasse o pescoço,
Estando eu a chorar naquela posição.
O homem que apara o lápis à janela do escritório
Chama pela minha atenção com as mãos do seu gesto banal.
Haver lápis e aparar lápis e gente que os apara à janela, é tão estranho!
É tão fantástico que estas coisas sejam reais!
Olho para ele até esquecer o sol e o céu.
E a realidade do mundo faz-me dor de cabeça.
A flor caída no chão.
A flor murcha (rosa branca amarelecendo)
Caída no chão...
Qual é o sentido da vida?
Fernando Pessoa
Bom dia, Dilar! parabéns pelo seu novo blog. nota-se que teve o seu gosto, está muito apresentado o o torna agradável, sobre Fernando Pessoa, lemos e relemos o que o mesmo escreveu e é como se fosse a primeira vez.
ResponderEliminarAgradeço a sua sempre simpatia,
AG
Olá A.Gomes !
EliminarObrigada pelo seu comentário,e pelo seu incentivo.
Agradeço também, a sua generosidade .
Um abraço! Maria Dilar.
Fantástico esse fado da saudade!
ResponderEliminarObrigada pela sua visita !E pela sua simpatia
EliminarUm abraço!