Quando o amor morrer dentro de ti,
Caminha para o alto onde haja espaço, ~
Molda em duas colunas os teus braços.~
Relembra a confusão dos pensamentos,~
E neles ateia o fogo adormecido~
Que uma vez, sonho de amor, teu peito ferido
Espalhou generoso aos quatro ventos.
Aos que passarem dá-lhes o abrigo
E o nocturno calor que se debruça
Sobre as faces brilhantes de soluços.
E se ninguém vier, ergue o sudário
Que mil saudosas lágrimas velaram;
Desfralda na tua alma o inventário
Do templo onde a vida ora de bruços
A Deus e aos sonhos que gelaram.
Ruy Cinatti
Escultura /Sculptures and Art
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