Escravos errantes da vida
E da angustia de viver
Somos a imagem esbatida
Do que nós quisemos ser
Corta-se embora à corrente
Que nos prende ao que é vulgar
E afinal tudo é diferente
Do que queremos alcançar
Sem saber porque vivemos
No mistério de existir
Nem mesmo ao sorrir esquecemos
A mentira que é sorrir
Desde sempre que conheço
Porque a vida me ensinou
Que o riso é sempre o começo
Do sorriso que findou
Prendo o mundo nos meus braços
Quando me abraças nos teus
E por momentos escassos
A terra dá-nos os céus
A vida fica suspensa
No nada que a fez nascer
E esse nada recompensa
Na tortura de viver
Álvaro Duarte Simões
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