— Liberdade, que estais no céu...
Rezava o padre-nosso que sabia
A pedir-te, humildemente
O pio de cada dia.
Mas a tua bondade omnipotente
Nem me ouvia. —
E a minha voz crescia de emoção
Mas um silêncio triste sepultava
A fé que ressumava da oração
Até que um dia, corajosamente
Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado
Saborear, enfim, o pão da minha fome
Liberdade, que estais em mim
Santificado seja o vosso nome.
Miguel Torga,
foto- Manuel Barca
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