Ruas da minha cidade
Veias que o meu sangue abraça
E põe cravos de ansiedade
Na lapela de quem passa.
Ruas da minha cidade
Onde perco o coração.
Poema diz a verdade!
Diz a verdade canção!
Ruas da minha cidade
Amanhecendo a firmeza duma ponte
Entre a saudade e um Abril à portuguesa.
Ruas da minha cidade onde vingo as minhas asas.
O meu nome é liberdade e moro em todas as casas.
Ruas da minha cidade
Praças da minha alegria onde antes da claridade
Era noite todo o dia.
Ruas da minha cidade
Onde o velho é sempre novo: as ruas não têm idade
Porque são todas do povo.
Ruas da minha cidade becos de ganga puída.
Oficinas da verdade dos operários desta vida
. Ruas da minha cidade janelas do meu olhar
Onde os pardais da amizade à tarde vêm poisar.
Ruas da minha cidade rasgadas por minha mão.
A gente passa à vontade quando pisa o nosso chão.
Ruas da minha cidade
Aonde eu quero morrer
Com cravos de eternidade
Dos meus olhos a nascer. *
Joaquim Pessoa
Ruas da minha Cidade
ResponderEliminarVeias que o meu sangue abraça...
Muito bom, este Joaquim Pessoa!
Obrigada pela partilha. Bj
Obrigada H Brites! O poema do Joaquim Pessoa é brutal e belo...Beijo
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