quarta-feira, 5 de agosto de 2015

À Luz da Lua!


À Luz da Lua!
Iamos sós pela floresta amiga
Onde em perfumes o luar se evolva
Olhando os céus, modesta rapariga!
 Como as crianças ao sair da escola.
 Em teus olhos dormentes de fadiga,
 Meio cerrados como o olhar da rola,
 Eu ia lendo essa balada antiga
 Duns noivos mortos ao cingir da estola...
 A Lua-a-Branca, que é tua avozinha,
 Cobria com os seus os teus cabelos
 E dava-te um aspecto de velhinha!
 Que linda eras, o luar que o diga!
 E eu compondo estes versos, tu a lelos,
 E ambos cismando na floresta amiga...

 António Nobre
foto-  Miguel Al Reyes

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