sábado, 8 de agosto de 2015

AS MINHAS MÃOS....


As minhas mãos magritas, afiladas
 Tão brancas como a água da nascente
 Lembram pálidas rosas entornadas
 Dum regaço de Infanta do Oriente.
 Mãos de ninfa, de fada, de vidente
 Pobrezinhas em sedas enroladas
 Virgens mortas em luz amortalhadas
 Pelas próprias mãos de oiro do sol-poente.
 Magras e brancas... Foram assim feitas...
 Mãos de enjeitada porque tu me enjeitas...
 Tão doces que elas são! Tão a meu gosto!
 Pra que as quero eu - Deus! - Pra que as quero eu?
 Ó minhas mãos, aonde está o céu? ..
.Aonde estão as linhas do teu rosto?

 Florbela Espanca,
foto-Melih ERSAHIN 

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