As minhas mãos magritas, afiladas
Tão brancas como a água da nascente
Lembram pálidas rosas entornadas
Dum regaço de Infanta do Oriente.
Mãos de ninfa, de fada, de vidente
Pobrezinhas em sedas enroladas
Virgens mortas em luz amortalhadas
Pelas próprias mãos de oiro do sol-poente.
Magras e brancas... Foram assim feitas...
Mãos de enjeitada porque tu me enjeitas...
Tão doces que elas são! Tão a meu gosto!
Pra que as quero eu - Deus! - Pra que as quero eu?
Ó minhas mãos, aonde está o céu? ..
.Aonde estão as linhas do teu rosto?
Florbela Espanca,
foto-Melih ERSAHIN
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