quinta-feira, 23 de abril de 2015

Ausência...


Por muito tempo achei que a ausência é falta
 E lastimava, ignorante, a falta
 Hoje não a lastimo
 Não há falta na ausência
 A ausência é um estar em mim
 E sinto-a, branca, tão pegada
Aconchegada nos meus braços, que rio e danço
E invento exclamações alegres
Porque a ausência, essa ausência assimilada
Ninguém a rouba mais de mim.


 Carlos Drummond de Andrade

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