Nos teus quartos forrados de luar
Onde nenhum dos meus gestos faz barulho
Voltar e sentar-me um instante
Na beira da janela contra os astros
E olhando para dentro contemplar-te
Tu dormindo antes de jamais teres acordado
Tu como um rio adormecido e doce
Seguindo a voz do vento e a voz do mar
Subindo as escadas que sobem pelo ar.
Sophia de Mello Breyner Andresen
foto-Jean Claude Sanches
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