sábado, 30 de janeiro de 2016
terça-feira, 26 de janeiro de 2016
Conquista...
Livre não sou, que nem a própria vida mo consente. Mas a minha aguerrida Teimosia é quebrar dia a dia Um grilhão da corrente. Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino. E vão lá desdizer o sonho do menino Que se afogou e flutua Entre nenúfares de serenidade Depois de ter a lua!
Miguel Torga
Miguel Torga
sábado, 23 de janeiro de 2016
TERNURA...
Desvio dos teus ombros o lençol
que é feito de ternura amarrotada
da frescura que vem depois do sol
quando depois do sol não vem mais nada...
Olho a roupa no chão: que tempestade!
Há restos de ternura pelo meio
como vultos perdidos na cidade
onde uma tempestade sobreveio...
Começas a vestir-te, lentamente,
e é ternura também que vou vestindo
para enfrentar lá fora aquela gente
que da nossa ternura anda sorrindo...
Mas ninguém sonha a pressa
com que nós a despimos
assim que estamos sós!
David Mourão-Ferreira,
quinta-feira, 21 de janeiro de 2016
Independência ...
Independência nada mais
é do que ter poder de escolha.
Conceder-se a liberdade de ir e vir
Atendendo às suas necessidades
e vontades próprias
Mas sem dispensar a magia.
Independência não é sinónimo de solidão.
É sinónimo de honestidade:
estou ONDE QUERO
Com QUEM QUERO e PORQUE QUERO.
Martha Medeiros
quarta-feira, 20 de janeiro de 2016
Amar !
Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente
Amar! Amar! E não amar ninguém!
Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!
Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi para cantar!
E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... para me encontrar...
Florbela Espanca
terça-feira, 19 de janeiro de 2016
sábado, 16 de janeiro de 2016
POETAS...
Ai almas dos poetas
Não as entende ninguém
São almas de violeta
Que são poetas também.
Andam perdidas na vida
Como estrelas no ar;
Sentem o vento gemer
Ouvem as rosas chorar!
Só quem embala no peito
Dores amargas secretas
É que em noites de luar
Pode entender os poetas
E eu que arrasto amarguras
Que nunca arrastou ninguém
Tenho alma para sentir
A dos poetas também!
Florbela Espanca
quarta-feira, 13 de janeiro de 2016
Pensamentos...
Este mundo está repleto de magia e energia por toda parte. Sendo repleto de energia e de magia, assim também o Amor, está em toda parte. Fluindo. Viajando em ondas cósmicas pelo universo. e invadindo nossos corações a todo momento. Em tempos remotos eram as cartas, hoje, a net mostra como pessoas em realidades tão distantes, tão afastadas uma da outra, podem sentir e fazer fluir essa energia que é o Amor. E não é preciso toque, não é preciso voz, não é preciso nem mesmo saber como a pessoa é. Basta que ela esteja ali, naquele momento, pensando em você. Apenas em pensamento, é possível fazer muitas coisas.
Desconheço autor...
domingo, 10 de janeiro de 2016
BOCA...
Boca: nunca te beijarei.
Boca de outro que ris de mim
no milímetro que nos separa
cabem todos os abismos.
Boca: se meu desejo é impotente para fechar-te
bem sabes disto, zombas de minha raiva inútil.
Boca amarga pois impossível
doce boca (não provarei)
ris sem beijo para mim
beijas outro com seriedade.
Carlos Drummond de Andrade
sexta-feira, 8 de janeiro de 2016
Retrato...
Eu não tinha este rosto de hoje
assim calmo, assim triste, assim magro
nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil
Em que espelho ficou perdida a minha face?
Cecília Meireles
segunda-feira, 4 de janeiro de 2016
Tempestade.
Tempestade... O desgrenhamento das ramagens...
O choro vão da água triste, do longo vento
vem morrer-me no coração.
A água triste cai como um sonho
sonho velho que se esqueceu...
( Quando virás, ó meu tristonho Poeta, ó doce troveiro meu!...)
E minha alma, sem luz nem tenda
passa errante, na noite má, à procura de quem me entenda
e de quem me consolará...
Cecília Meireles
Foto- Maria Dilar
sábado, 2 de janeiro de 2016
Subscrever:
Mensagens (Atom)