sábado, 28 de abril de 2018

Gosto da minha solidão


Gosto da minha solidão
do meu canto do meu quarto do meu silêncio ...
Não sinto nenhum incômodo em ficar sozinha .
 Pelo contrário ...
 Vou delicadamente me cuidando e me regando por dentro .
 O momento em que me sinto mais feliz :
 É quando fecho os olhos
mergulho profundo esqueço toda a dor
 E me acaricio em alento .

 Paula Monteiro

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Nunca existiu uma pessoa como você...


Nunca existiu uma pessoa como você antes
 não existe ninguém neste mundo
 como você agora e nem nunca existirá.
Veja só o respeito que a vida tem por você.
Você é uma obra de arte — impossível de repetir
 incomparável, absolutamente única.

 Osho

sexta-feira, 13 de abril de 2018

Os ninguens,os donos de nada.


"Os ninguéns: os filhos de ninguém, os dono de nada.
 Os ninguéns: os nenhuns, correndo soltos,
 morrendo a vida, fodidos e mal pagos:
Que não são embora sejam.
 Que não falam idiomas, falam dialectos.
 Que não praticam religiões, praticam superstições.
Que não fazem arte, fazem artesanato.
Que não são seres humanos, são recursos humanos.
 Que não tem cultura, têm folclore.
Que não têm cara, têm braços.
 Que não têm nome, têm número.
 Que não aparecem na história universal
 aparecem nas páginas policiais da imprensa local.
Os ninguéns, que custam menos do que a bala que os mata.” . .

 Eduardo Galeano, em “O Livro dos Abraços”


domingo, 8 de abril de 2018

Maria Dilar _ Fronteira de Coragem

.
t
Portugal visto de cima
 é um Fernando Pessoa... distante, profundo
 e intrigante, cheio de reentrâncias e Saramagos...

 Moog Laet

sábado, 7 de abril de 2018

Se alguém lhe disser que sonha...


Vestiu-se para um baile que não há.
 Sentou-se com suas últimas jóias.
 E olha para o lado, imóvel.
 Está vendo os salões que se acabaram
 embala-se em valsas que não dançou
 levemente sorri para um homem.
 O homem que não existiu.
 Se alguém lhe disser que sonha
 levantará com desdém o arco das sobrancelhas
 Pois jamais se viveu com tanta plenitude.
 Mas para falar de sua vida
tem de abaixar as quase infantis pestanas
 e esperar que se apaguem duas infinitas lágrimas.

 Cecília Meireles, 'Poemas (1942-1959)'