sexta-feira, 22 de julho de 2016

De longe te hei-de amar


De longe te hei-de amar
da tranquila distância em que o amor é saudade
 e o desejo, constância.
 Do divino lugar onde o bem da existência
 é ser eternidade e parecer ausência.
 Quem precisa explicar o momento e a fragrância da rosa
 que persuade sem nenhuma arrogância?
 E, no fundo do mar, a estrela, sem violência
 cumpre a sua verdade, alheia à transparência.

 Cecília Meireles

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